domingo, janeiro 27, 2008

Meu ponto de ebulição.


Em pouco mais de quatro meses não risquei nem 200 palitos de fósforos. Estava na cozinha, fervendo água e esperando o ponto de ebulição. Enquanto isso, verifiquei a caixa de fósforos e medi um pouco da minha vida nos últimos quatro meses, a partir dos fósforos riscados.

O que medi.... bem... não dá pra falar, mas pode-se imaginar que nessas medidas cabem de tudo um pouco. A água atingiu o ponto de ebulição e ainda faltava uns dois meses para medir minhas atitudes. Hoje, verifiquei a caixa de fósforos. Ainda há muitos palitos lá. Quando riscar todos, comprarei um acendedor automático.

O telefone tocou e do outro lado perguntaram: Quem é?

Não reconheci a voz e basta falar comigo algumas poucas vezes para eu saber quem é. Às vezes finjo que não sei, pois isto é pouco comum e as pessoas estranham quando dizem alô e você diz: Oi fulano, como vai?

Depois de alguns sustos, parei de fazer isto e mesmo sabendo pergunto quem é, na maioria das vezes.

Bem.... voltando...

Quando me perguntaram "quem é?" eu respondi: "Se fosse pra falar comigo você saberia quem está falando.", e desliguei.

Voltei para a cozinha e pensei na minha resposta impulsiva. Sou um pouco impulsiva, mas admito que já fui mais. Hoje tomo homeopatias. Controlo respostas deste calibre. Se preciso dizer coisas do tipo, eu crio um personagem, dou um nome a ele, e conto uma história.
É ali, na ficção que atinjo meu ponto de ebulição.

No fundo, no fundo.... a literatura é um ótimo agente de desaforos sem endereçados.

***

No caderno Idéias, do JB de ontem, saiu uma longa matéria sobre literatura, internet e blogs. Mas nada, nada, daquele papo de literatura na internet. O papo era sobre como a internet interage com a literatura promovendo sua divulgação.

Alguns escritores e críticos participam da matéria e lá estou eu dando um pitaco. O Sérgio Rodrigues (TodoProsa) disse algo do qual concordo absurdamente:

"Costumo dizer - e não é de brincadeira, ou não totalmente - que a internet vai salvar a literatura. Não como espaço para publicação ou autopublicação, mas como caixa de ressonância, arena de debates, ponto de encontro de admiradores de um determinado autor ou escola".

Leia AQUI!


*That´s all folks*



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