quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Memórias do cárcere.

Uma campanha que tem o objetivo de auxiliar o sistema carcerário na reeducação de presos está arrecadando livros para serem doados às bibliotecas dos presídios.

No cartaz da campanha diz entre outras coisa, que o conteúdo dos livros deve estimular o bom comportamento.

A Guerra dos Bastardos certamente não seria um livro indicado para os presos. Eles iriam gostar, eu acho, mas os carcereiros não. A Guerra dos Bastardos não estimula o bom comportamento, mas acredito que alguns presos se identificariam com alguns personagens da história.

De cara pensei em livros que não poderiam ser doados:


Os irmãos Karamazov.
Crime e Castigo.
Toda a obra de Rubem Fonseca.
Toda obra de Bukowski

Hum...

Clarice Lispector poderia ser doado. Lygia Fagundes Telles, não.
Paulo Coelho poderia ser doado também. Todos os livros dele, inclusive.
Harry Potter? Dá pra estimular o bom comportamento? Eu não li.

Dom Quixote, acho arriscado.

Machado de Assis os levariam à morte. Haha. Machado enlouqueceria os presos.

Temos de excluir todos os poetas. Poetas adoram um suicídio. Acho que não seria adequado.

O Velho e o Mar, do Hemingway seria uma boa. É uma ótima história. Educativa. Belíssima e de fácil compreensão. Adoro este livro.

Acho que é uma ótima indicação de leitura que traria alguma esperança pra quem precisa lutar com o diabo todos os dias. Afinal, estar num presídio brasileiro, é sim o inferno.

Dêem suas sugestões!

Acho que é difícil encontrar boa literatura sem subversão. Sem desencaminhar. Sem redefinir idiossincrasias. Pensando aqui com os botões do teclado, a boa literatura é feita sim de degenerados. De alguma espécie.

Para doar livros aos presídios, clique AQUI.


*That´s all folks*

Um comentário:

Diogo Costa disse...

O Caso Morel, do Rubem, causaria problemas...hehe

Acho que com O Viajante Solitário, do Jack, alguém iria encarnar aquela cena voyer da jovem mexicana.

Ana, passa lá no meu blog. Tem um micro lá, em homenagem aos "Smurfs"...

Abraço!