terça-feira, setembro 29, 2009

Os complicadores e os simplificadores.


Truffaut falando para Hitchcock sobre a narrativa da cinema:

"Creio que se trata não só de esclarecer mas também de simplificar, de ter o espírito de simplificação, e a esse respeito pergunto-me se não há duas espécies de artistas, os "simplificadores" e os "complicadores". E então, poderíamos dizer que, entre os complicadores, há excelentes artistas, bons escritores, mas que para ter sucesso no campo do espetáculo é preferível ser um "simplificador".

Eu concordo com o que ele afirma, porém.... acredito que tanto no cinema quanto na literatura é importante essa simplificação. O que a arte diz para mim...

Bem, pega-se um elemento do real, pois é impossível falar sobre as irrealidades, pois tudo no que nos baseamos está ancorado em algum porto real. Daí, você que tem algo para dizer ou mostrar, algo ainda não percebido, ou ainda pouco explorado, (deveria ser assim... mas nem sempre acontece) lança luz sobre isso e desbrava-se então um novo olhar, artístico, transformador, revelador, instigante, e por aí vai...

Mas em alguns casos, alguns enveredam por um caminho tortuoso com as palavras ou com as imagens. Existe uma profusão de ideais que desembocam num lago infernal, sem saída.

Uma experiência literária deve indicar alguns caminhos; se fazer compreender. Complicar não é difícil, mas o difícil é se fazer claro sem cair no rotineiro e banal. Mas às vezes até a banalidade rotineira é mais importante do que os elementos complicadores de uma trama, de uma narrativa. E para que serve, afinal, os complicadores?


*That´s all folks*

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