quarta-feira, abril 26, 2006

Parem as máquinas...atire no pescador

É aquilo, no país da piada pronta, onde ninguém consegue deter preso na cadeia, trombadinha na Febem, político corrupto de roubar mais um tantão e ainda rebolar a pança gorda; no país que não detém as privatizações de nossos monopólios a grupos estrangeiros, do Lula fazer campanha eleitoral antes da hora, das tarifas absurdas no pedágio da Linha Amarela ou os balaços que cruzam a pista pra lá e pra cá; que não detém a música do Latino, da mãe do Latino e da ex-mulher do Latino, que não detém o Faustão aos domingos, que não deteve a Fernanda Lima em Bang-Bang, que não deteve Gilberto Gil de ser ministro da cultura e Roberto Carlos de ser rei; Bono Vox cantar com Ivete Sangalo e a Mara de ganhar 1 milhão de reais; no país que não detém o problema da seca no agreste e as meninas prostitutas no nordeste; que não detém a miséria porque ela faz receita, receita gorda, expande os cofres, não o meu. Meu porquinho tá magrinho e é de cerâmica, só pode ser marretado. No país que não detém falar do problema que mata e faz sofrer, que torna ainda mais miserável a vida do pobre, do tal favelado, do preto que anarquiza no tráfico, explorando falcões e aves de rapinas aos montões, bem, neste mesmo país, acreditem eles detém sim, detém um pescador acusado de romper uma barreira que impedia a proliferação das gigogas. Gigogas são imensos vegetais que se alimentam de esgoto e crescem e crescem...

Afinal, esse rompimento causou a chegada das gigogas crescidas nas praias da Barra da Tijuca e é claro, não podemos deter o sol, a praia, a diversão no país da bunda, do sol, do futebol.
É preciso, ao menos, deter alguma coisa. Sim, um pescador, aquele que me lembra o velho Santiago de “O Velho e o Mar”, com seu barquinho lutando com peixe-espada, contemplando a beleza do mar, a imensidão de se estar só. Um pescador. Detém-se pescador para manter a ordem e o respeito e saber que romper barreiras de vegetais gigantes dá cadeia. E na falta do que se deter, por favor, atire no pescador.



*That´s all folks*

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