quarta-feira, agosto 30, 2006

Mais pesado que o ar

"Do que realmente preciso? Preciso saber de algumas coisas, como por exemplo: O que faz voar um corpo mais pesado que o ar? Sempre penso nisso e estou fazendo novamente. O que faz voar um corpo mais pesado que o ar? Mas pra saber isso eu preciso conhecer as leis da aerodinâmica. Tudo é regido por alguma lei, até voar mais pesado que o ar, até girar no sentido anti-horário nas privadas do hemisfério norte, mas o meu problema é que só gosto da retórica e não quero saber das leis. Elas me aborrecem, quebram a magia das palavras, o fascínio de coisas notáveis como pensar em voar mais pesado que o ar. Não quero as explicações, as leis, a razão, vou ficando com as divagações mesmo, que gera um tipo de angústia me empurrando continuamente para as possibilidades infinitas. Depois de tanto tempo, continuo crendo nas mesmas coisas ou são essas mesmas coisas que continuam crendo em mim. As mesmas coisas que não mudam, que não se angustiam, que permanecem indissolúveis".

[trecho de texto que será mais pesado que as linhas]


*That´s all folks*

2 comentários:

Anônimo disse...

Santos Dumont passou pelas mesmas inquietações que você quando decidiu que queria voar. Seu post me fez lembrar de um livro que até hoje guardo na memória com carinho: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury (tem o filme também - extraordinário! - dirigido pelo François Truffaut). Essa coisa das leis determinarem o que devemos ou não fazer (impedindo nossa liberdade de expresssão). Mas, afinal, a vida é assim mesmo: uns querem controlar a sociedade; outros, querem viver somente a sua vida. Abraços do crítico da caverna cinematográfica.

ana paula maia disse...

valeu Roberto!
:)