quinta-feira, julho 26, 2007

Pulp para os meus olhos

Vejo muito disto na literatura que me dedico a fazer. As influências literárias, para mim, perdem força diante de tal registro da vida real. Como no relato abaixo do escritor Robert E. Howard, um dos mais conhecidos autores da literatura pulp, também acredito nessas revelações, nesses esbarrões da vida real, que ativa o mecanismo da criação e imediatamente leva o autor a criar um mundo ficcional.

Se rotulo meus textos como sendo pulps, é porque acredito que para se fazer pulp nos dias de hoje é necessário uma atualização do gênero. ôoooooo... como assim?
Conan, o bárbaro, não cola mais. Aranhas gigantes ou Caranguejos alienígenas também não. Nossa hiper-realidade, a materialização do futuro cada vez mais próximo, sei lá, coisas que antes encantavam, agora faz rir. Os pulps se tornaram uma literatura ingênua se comparado a tudo que se escreveu desde o seu surgimento.

O meu Conan, o bárbaro, se chama Edgar Wilson ou Erasmo Wagner.
A truculência, uma pitada de exagero e atitudes heróicas também estão nos textos.
Porém, são homens não dotados de algo extraordinário, são homens ordinários dotados
de singulares pontos de vistas. O poder de cada um está embutido na sua força de sobrevivência, não contra monstros ou bárbaros, mas sobreviver a truculência impelida no mundo, em todo o canto. Abatendo porcos, recolhendo o lixo ou quebrando asfalto.


"Conan surgiu na minha mente quando visitei uma pequena cidade fronteiriça junto
ao Rio Grande. Apareceu simplesmente do nada, completamente desenvolvido, e fez-me lançar mãos ao trabalho e registrar a saga das suas aventuras. Um qualqer mecanismo no meu subconsciente juntou as características de vários lutadores profissionais, pistoleiros, falsificadores de whiskey, fanfarrões, jogadores de apostas e trabalhadores honestos que conheci e, todos combinados, deram origem à almágama a que chamo Conan, o cimério."


[Roberto E. Howard - criador de Conan, o bárbaro]




*That´s all folks*

Nenhum comentário: