domingo, janeiro 11, 2009

O peixe e o gato - A necessidade das explicações.

Faz cinco anos que publiquei meu primeiro livro, um romance. Eu não tinha a menor idéia de como as coisas funcionavam no meio literário e essa coisa de "meio" era muuuiiitttooo distante. Aí, com a cara e coragem publiquei meu livro. Tímida e desconfiada. Não sabia no que estava me metendo. Fui avançando. Avançando. Sem ligar muito para os pessimistas. Não fazia parte de nenhum grupo ou roda de amigos escritores. Assim como ainda não faço. Pistoleiros são solitários, disse isso aqui certa vez. E com fé em Deus, assim como os pistoleiros, eu permanecia distante das opiniões e julgamentos alheios. Evidente que aquilo que é bom deve ser retido, mas pouca coisa é realmente boa.

Minha literatura não se encaixa com a da maioria. Isso eu já tinha notado. Mas acho que alguns ainda não. Era diferente. Estranhamente diferente. E ainda assim.... tentavam me colocar num cesto que não me cabia muito bem.
Mas tenho consciência de que preciso ser digerida. E assim vou sendo devorada aos pouquinhos e existe um aqui outro ali que diz: "Hum... isso aqui é pouco comum. Não cabe neste cesto".

Mas a maior estranheza que causo não é assim tão grande pelo texto que escrevo, mas pelo fato de não praticar três modalidades muitíssimo comum nesse meio no qual percorro ainda um tanto desconfiada:

Eu não fumo, não bebo e não sou gay.

Mas como assim você não bebe? ___me perguntam.

É sempre com espanto!!!!

___Eu achava que você fosse gay. Jurava!!! ___me disse certo dia um certo escritor.

___Afinal, por que achava tal coisa?

___Porque você é amiga de fulano(a) que é. Então achei que fosse.


Eu devo deixar registrado aqui no blog: O espanto da NÃO prática exposta acima é mais difícil de se explicar do que "Por que você escreveu assim ou assado?".

Veja só!!!!

Se eu gostasse de mulher, bebesse e usasse umas droguinhas seria bem mais simples de me reportar a qualquer um e até mesmo de explicar o que escrevo. Eu creio.
Mas o fato é que quando peço um Mate com limão, é uma baita cara de espanto. Quando digo que prefiro sempre os homens para namorar, admirar e escrever sobre eles, é um espanto também.
Aí eu digo que voz a masculina, a textura da pele, o corpo, a vibração, o olhar pra mim, enfim... sempre me fez estremecer.

E o detalhe ainda....sou religiosa. Sim. É verdade. E não gosto de promiscuidade de nenhuma espécie.
Uma coisa praticamente abominável entre intelectuais. Hahaha.

E o mais estranho nisso tudo.... é que certas virtudes incomadam terrivelmente.

Não me sinto nem um peixe fora d´água, mas um peixe num aquário acuado por um gato faminto.



*That´s all folks*

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