terça-feira, junho 02, 2009

O Clássico e o Moderno.



Sábado saiu uma matéria no jornal O Globo, caderno Prosa&Verso a respeito da relação literatura e internet. Como as editores estão se valendo da internet como veículo para atrair leitores, etc...
Numa parte da matéria, há uma citação sobre a publicação do meu folhetim pulp na internet e sua transição para o formato impresso.

Eu gosto muito dessa experiência de passar por um veículo de livre acesso e depois seguir para o formato impresso.

Sinto que estou repetindo um modelo criado no século 19. A publicação de autores como Alexandre Dumas, Dostoievski, Machado de Assis, em folhetins nos jornais antes da publicação em livro era muito comum.
Publicar um romance ou uma novela em fragmentos, de modo seriado e esperar pelo seu retorno para validar uma publicação impressa foi comum.

Hoje em dia, você não precisa nem de um jornal ou revista que aceite publicar seus textos ou não. Hoje você publica na internet seu livro seriado, em capítulos, e espera para ver o que acontece. É uma zona de compartilhamento. De experimentação. Quem não experimenta já morreu.

É importante ter personagens vivos, que agem, que são ativos. A trama deve levar os personagens para algum lugar, para alguma descoberta ou transformação e é preciso saber colocar o ponto final em cada capítulo no momento adequado.

A internet é um veículo muito favorável para o texto e blogs e site são suportes excelentes para tal. Principalmente para a publicação de histórias seriadas, concordam?

A literatura se mantém. Eu mesma, posso arriscar em publicar algum clássico em formato de blog e provar que nada vai se perder. Você só precisa ter paciência para ler numa tela.

Sinceramente, não há nada de novo. E as discussões em muitos casos não são estimulantes. Eu escrevia um livro e o veicularia em qualquer formato impresso. Inclusive tenho essa intenção e mostrar que o desdobramento é possível e a substância do texto e das idéias permanecem.


*That´s all folks*

Um comentário:

Vera Helena disse...

Há um livro muito interessante sobre a história do folhetim, que aborda desde sua criação na França à sua repercussão no Brasil. Chama-se Folhetim: uma história de Marlyse Meyer. O livro é realmente muito bom (chega, inclusive, a defender o Rocambole, não é o máximo?)

Beijos e parabéns pelo novo "filho bastardo"

Vera