terça-feira, julho 21, 2009

O gato do banheiro

Faz tempo que não paro aqui no killing travis apenas para resmungar. Eu fico falando do novo livro, da antologia tal e tal, e por falar nisso nesta semana será lançada na Feria Internacional del Libro de Lima uma antologia de contos da qual faço parte com mais um punhado de escritores brasileiros, chamada 90-00 Cuentos brasileños contemporáneos, mas depois eu falo dela.

Vou falar só de amenidades, pois parece que elas sumiram da minha vida, mas coisa nenhuma. Faz quase dez meses que moro num apartamento novo. Melhor que o anterior. As paredes foram pintadas de amarelo. Bem, não era isso o que eu ia dizer, ia mesmo falar de um gato que mia a partir das onze da noite no banheiro do morador de cima. Bem, existe um vão que começa no térreo e se concluiu no terracinho de pombo, porque lá é sujo pra cacete, e esse vão permite que os sons do banheiro de cima, venham direto para o meu banheiro, que fica logo embaixo. E tem um gato lá que freqüenta o banheiro quando a noite cai. O danado mia que só. É fantasmagórico, às vezes. Eu tenho um gato no meu banheiro, pensei.

Ando quieta ultimamente. Geralmente sou quieta mesmo, mas às vezes consigo ficar mais ainda. E estou assim.... mais ainda quieta. Os amigos não entendem. A maioria das pessoas que conheço que se dizem isoladas estão sempre interagindo on line ou pessoalmente. Eu responde aos emails. Mantenho as coisas funcionando. Mas, acho que já disse isso por aqui.... eu não gosto de muita gente reunida. Me desgasta. É estranho, mas sofro disso há anos. Desgaste de pessoas. É como se as vozes, os sons, os cheiros, os toques, tudo causa pequenas erosões na minha alma. Preciso me isolar um pouco. Há períodos de maior tolerância e outro de menor. Eu tenho uma cota para saídas assim como tenho uma cota para comidas com lactose: em excesso me causa alergia.

Bem, vou me esforçar para escrever mais aqui no killing travis e não ficar falando só do livro novo. Eu sei... cansa, né. Essa auto-promoção. Essa coisa toda. Mas faz parte do pacote. É preciso. Confesso que às vezes me sinto deslocado no meio disso. E quando me sinto assim, eu escrevo. Porque a escrita me situa. Me orienta.


*That´s all folks*

3 comentários:

Igres Leandro disse...

Gatos miando em plena madrugada são um show de horrores. Eu, pelo menos, não consigo dormir de forma alguma enquanto eles não fecham a matraca.

Espero que esse gato não encontre uma fêmea no cio. Aí só piora as coisas.

Interaubis disse...

Também tenho esse problema: muita gente reunida me causa angústia, principalmente se eu conheço as pessoas.

Ana Paula Maia disse...

hehehe