quinta-feira, outubro 08, 2009

Para nós que somos muito, muito fãs....



Bastardos Inglórios é dividido em 5 capítulos e isso por um lado é uma excelente aula de roteiro, de narrativa mesmo, pois é perfeitamente compreensível como se desenrola uma trama, como se elabora um enredo. Bom mesmo.

Os diálogos, para nós que somos muito, muito fãs, estão ótimos. A dosagem de violência está até comedida, para mim ao menos, já que assisti ontem ao novo filme do Michael Mann, "Inimigos públicos" que tem uma seqüência de tiroteio de estremecer. Você sente até o chão e as paredes vibrarem. Ótimo filme, aliás.

Voltando aos bastardos, do Tarantino e não aos meus, hehe... eu gosto do filme. Está tudo lá. Todos os elementos que nós que somo muito, muito fãs esperamos e saboreamos. Porque já vamos assistir algo do qual temos expectativa. Eu gosto muito do filme desde o início, pois está tudo lá. E me fascina ver o bom e velho Tarantino em ação. O elenco é bom de doer. Mas sabe de uma coisa? Eu senti muita falta de ver mais os próprios bastardos do filme. Eles são bons, mas se perdem na trama. Eles são os melhores no filme, mas não estão DE FATO no centro, como eu esperava. Eu queria mais dos bastardos, vê-los em ação é incrível, e eu fiquei querendo ver muito mais. Mal estabeleci empatia com eles, e disso não gostei.

Por exemplo...



Esse sujeito aí do cartaz me chamou muita atenção. Ele tem um olhar negro. Não quero dizer que seus olhos são negros, acho mesmo que são negros, porém ele tem um brilho tenebroso. Não me lembro de um olhar tão naturalmente assustador. Ele parece estar possuído e seu personagem é excelente. O olhar dele é assombroso.

O Brad Pitt está ótimo, impecável. Aliás, o Pitt está cada vez melhor.

O final é abrupto. Acho que o final mais abrupto dos filmes de Tarantino.


Esse outro sujeito aí me chamou a atenção pela crueza e pela semelhança com o Edgar Wilson. Ele é a cara do Edgar, muito parecido mesmo. E protagoniza, posso dizer assim, um dos melhores momentos do filme que acontece num bar. Assistindo ao filme percebi uma coisa: As pessoas se dão mal porque falam demais. E acho que essa é uma das tônicas dos filmes de Tarantino. Falar para se chegar a um acordo, falar para se entregar, falar para tripudiar, falar antes de agir.
Como ando numa fase faroeste, este é um contraponto com tais filmes: eles primeiro agem e falam somente quando necessário. Agem muito e falam pouco. A expectativa está nos pequenos movimentos, nos olhares singulares e em expressões sensíveis.

Agora de tudo, de tudo... o melhor é Christoph Waltz, que faz o coronel Hans Landa, conhecido como "Caçador de judeus". Esse sujeito domina o filme, na minha desnecessária opinião que só importa mesmo pra mim, mas eu a deixo registrada.



Bastardos Inglórios é um PUTA FILME do início ao fim. Durante todo o festival do Rio só desembolsei 28 reais para assistir a esse filme e a "Mother" do diretor Bong Joon-Ho. Esse aí é uma maravilha.... vai por mim. Gosta do melhor em cinema? Assista!


*That´s al folks*

6 comentários:

fab disse...

Verei no fim de semana. Parece bom mesmo. Sou fã do Tyler Durden e do Tarantino. Tem ponta do Tarantino no filme, por falar nisso?

Ana Paula Maia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Não tem ponta dele. Mas imagino ele sendo um nazista bem escrotão. teria ficado ótimo.

ana paula

Paco Steinberg disse...

Maia,

Lembrei muito de você e do Fabz durante algumas cenas do filme, e garota, você falou tudo. Falar demais é um erro que atravessa a história - do filme e do tempo real também.

Também achei que os Bastardos apareceram muito pouco. Eu esperava mais sangue, socos e pauladas. E nem por eu ser judia, mas por ser fãzona do Tarantino.

Muito tempo perdido com aquela atriz alemã, com o chaveco fraco daquele soldadinho, blábláblá. Mas enfim.

Tarantino rocks.

ana paula maia disse...

Sim... há cenas um tanto perdidas. Lamentei por isso. Mas ele bem que podia fazer uma continuação, mas o "antes" desse filme e desenvolver mais a história dos bastardos.

Mas é isso... Tarantino rocks!!!
;)

Fabricio. disse...

Tambem achei que os bastardos renderiam mais. Fica aquela sensação de que muita coisa sobre eles ficou sem ser contada. Mas no geral o filme é bem legal, com algumas cenas extremamente tensas. A cena de abertura é soberba.Tensão e risos nervosos na medida certa.
Mas na minha humilde opinião (tambem desnecessária), o filme peca no ultimo capítulo. Ali tudo se perde. Desde a trilha sonora até atuações, que me pareceram meio caricatas nessa ultima parte. Tarantino não é Zoller, mas mesmo com todos os erros, acerta no alvo.