sábado, junho 25, 2011

O Pós-pós Moderno.


Faz pouco tempo que o livro O Pós-pós Moderno - Novos caminhos da prosa brasileira
(Editora Multifoco / 2011– organização Godofredo de Oliveira Neto) foi lançado. É uma coletânea de ensaios acadêmicos escritos por mestrandos e doutorandos de Letras da UFRJ a respeito dos rumos da literatura contemporânea. Um dos capítulos, intitulado Uma visita ao naturalismo e aos valores humanistas, em Ana Paula Maia, escrito por Rodrigo Carvalho da Silveira, desenrola uma análise, a mais pertinente e muito bem pontuada até o momento, a cerca do meu livro, Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos.


“Ana Paula retorna a uma tradição literária evocada já na “Apresentação”, mas faz uma releitura dessa herança para criar uma literatura própria e original. O “tom naturalista” fica apenas em uma lembrança soprada ao ouvido do leitor. Tal naturalismo funciona como mecanismo de uma autonomia do discurso literário frente aos demais discursos, demonstra uma tradição de conhecimento necessária àquele que queira escrever novos textos autênticos, originais, que tragam um acréscimo, um grãozinho de areia que seja, para o todo da história literária.” (pg.189)

“A fraternidade e o humanismo tão presentes na obra de Ana Paula Maia negam o umbiguismo dos romances pós-modernos nos quais somente o eu importa. Aqui o olhar volta-se para o outro, não somente entre os personagens, mas também pela temática escolhida por Ana Paula, que desvela homens apagados aos olhos da sociedade. O foco está nos anônimos que nossas vistas não percebem ou se esquecem de enxergar.” (pg.192)


“O olhar para o outro se impõe dentro do livro. Não há possibilidades de sair intacto, sem marcas de ambas as novelas. A miudeza de visão – o microscópio social para enxergar aquilo e aqueles que ninguém deseja ver – é uma das grandes qualidades de Ana Paula Maia, que toca o leitor com humanidade e beleza estética, pois a linguagem empregada pela escritora possui um encantamento e uma poeticidade capazes de trazer graça ao feio, transformando os excrementos em arte.” (pg.197)


Num momento em que a análise de textos literários contemporâneo é escasso, e não só isso, mas a má vontade em se ler, analisar e comentar com seriedade a literatura contemporânea, os novos autores que injetam sim, um frescor, algum que seja, no cenário atual, é uma alegria ver os acadêmicos dedicarem tempo em falar de tal assunto.

*That´s all folks*

Um comentário:

Leonardo Barros disse...

Oi, Ana.
Obrigado pelo carinho e apoio!