A literatura é traiçoeira. A arte, de um modo geral. Não se pode confiar nos próprios instintos ou propósitos. Digo isso, pois sinto uma mão me guiar em certos momentos da escrita. A mão do personagem, que quer me levar para um lugar que não conheço. Que está além de mim.
Agora... qual a próxima história, o próximo passo, o próximo território para explorar e extrapolar? É o que me pergunto, mas já tenho a resposta. Falta às vezes coragem para mergulhar em trevas alheias. Mas a coragem se conquista com um banho frio e uma caneca de café. Palavras são arredias, é preciso domesticá-las após dominá-las. Com muito esforço, fazê-las transcender.
*That´s all folks*
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3 comentários:
Dominar e domesticar as palavras...
será possível mesmo?
Iniciei minha palestra no simpósio de Letras da UFCG dizendo isso em outras palavras: "É incrível como somos impotentes diante das letras"
"Palavras são arredias, é preciso domesticá-las após dominá-las."
Pode-se dizer o contrário: que as palavras estão por demais domesticadas, tanto que as pessoas pensam, inocentamente, que as dominam. É preciso revelar, sempre novamente, a radicalidade da linguagem que os outros teimam em ignorar.
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