sábado, julho 08, 2006

*É tão fácil ser poeta, e tão difícil ser um homem".

Assisti ao filme Factotum. Percebi que muitos não estavam gostando. O sujeito na minha frente insistia em rir do mínimo cômico do filme. E ainda assim parecia rir apenas para valer o preço do seu ingresso. Quem assisti a histórias de Bukowski não está em busca de gargalhadas. Sim, há comicidade, mas não para rir delas. É um filme para se acompanhar o personagem, para assistir a um cotidiano vazio, de um sujeito mediano, mas não sem destino, como sugere o sub-título. Sempre existe um destino. Para todos.
Não tem ação. Não possui tramas. Não tem fim. O final do filme poderia estar no meio, pelas beiradas, poderia ser uma cena a mais. Porém, é o fim. E isso não é bom para o personagem, pois sua vida, como a da maioria das pessoas vai continuar da mesma forma.
Não é filme para assistir no final do dia, se você quiser se distrair. Tem que estar a fim mesmo e estar se sentindo um pouquinho sujo também. Isso ajuda bastante a entender todo o mecanismo de funcionamente de Henry Chinaski, o protagonista.

Achei o filme doído de bom. Matt Dillon está quase um Michael Madsen, só que menos cool e marrento. Está no ponto. Adorei sua atuação. Seu time no filme é maduro e preciso. Ao menos pra mim, que não faço críticas, mas fico aqui amolando com verbos, conjunções e abstrações.

Fica aqui um trecho de outro outsider... esse bem mais outsider do que qualquer outro, porém não menos poético e eloqüente.

"All my life needed was a sense of direction, a sense of someplace to go. I do not believe one should devote his life to morbid self- attention, but should become a person like other people".
[TRAVIS _ Taxi Driver]
* Charles Bukowski.
*That´s all folks*

Um comentário:

Di Giacomo disse...

Olá, tudo bem? Descobri seu blog pelo Google fazendo uma pesquisa sobre Bukowski e achei massa seu comentário sobre o filme Factótum. Fiz uma resenha longa sobre o "Misto Quente" do Buko no meu blog, quando tiver tempo passa lá: http://memoriasdeumperdedor.blogspot.com/2007/12/misto-quente-charles-bukowski.html
abrax