domingo, outubro 29, 2006

André Martins, Brigadeiro, Vergueiro e Lula

Depois de saber que Lula foi reeleito, decidi dar uma volta e chegar até uma livraria no Unibanco Artplex, aqui pertinho. No caminho, doces finos a 1 real. Havia uma moeda dessas no meu bolso. Na volta, compro um brigadeiro, porém dia desses, num retorno, o doce de brigadeiro havia acabado. Enfim, estiquei as canelas até a livraria. Queria ler alguma coisa por inteiro. Assim, que fosse rápido e muito bom. Rodei pela seção de livros infanto-juvenis e me lembrei que ainda não havia lido “Como se casar com André Martins”, da Índigo. Em meio a um punhado de livros embaralhados, dois vendedores e eu começamos a procurar o tal livro. Um agachado, o outro contorcido e enfim achamos.
Me sentei num puff branco, quer dizer, atochei o traseiro e li todo o livro. Mesmo com a movimentação em volta, consegui não me distrair. A Índigo é mesmo muito boa. O livro é uma coisa. Composto por quatro contos, que mais se parecem quatro episódios da vida da protagonista que sonha em se casar com André Martins. Durante a leitura, ficava pensando no brigadeiro, se haveria algum quando retornasse, fiquei aguada algumas vezes, acelerava a leitura e tentava educar meu cérebro que há tempo para tudo. Que quando eu retornasse, haveria brigadeiro no caminho.
Terminei o livro, satisfeita. Havia brigadeiro de sobra para vender. Tirei minha moeda do bolso e saí estalando a língua de satisfação e dando umas risadinhas com a história que havia lido.
Cheguei em casa, liguei a televisão e o Lula, presidente duas vezes, falava à imprensa. Me larguei no sofá e fiquei ali assistindo durante um tempo as suas declarações. Minha avó costuma dizer que o Lula se aprece com um sapo. Não acho, mas me lembrar desse comentário me fez lembrar de um certo sapo. Vergueiro, o sapo fumante do livro Mastigando Humanos, de Santiago Nazarian. Putz, ainda não comentei o livro, apesar de lido faz um tempinho. Então agora vou falar sobre o livro, mas aí pensei do que falar exatamente. Não estou fazendo uma resenha, só um comentário, então decidi falar do personagem que mais gostei. O sapo Vergueiro. Ele possui um ar altivo, parece andar de salto alto, é bem convencido e parece estar cansado de tudo. O melhor, é que tem resposta pra tudo. Numa das passagens, logo no início, perguntam a ele: “Você tem um baseado?” Mesmo sem saber o que é um baseado, responde confiante: “Hum, não, me baseio nas minhas próprias experiências.”
Isto é Vergueiro. Se ele fosse gente, seria a Irmã Selma, do Terça-Insana. Para assistir basta clicar aqui:
Faço um apelo. Quem puder assistir ao vídeo, assista. Você vai adorar e me agradecer. Palavra!
Bem, mastigando esse comentário sobre o livro, gostei muito do texto. É bem diferente dos outros livros de Nazarian. Ele tomou um outro caminho que eu não esperava. Achei que esse livro seria mais sangrento, mas é o mais leve e divertido de todos. O jacaré, protagonista do livro, está sempre às voltas com reflexões sobre sua condição e nisso ele faz um apanhado de comentários sobre tudo um pouco. O livro é cheio de bichos. Serpentes, caranguejos, sapos, corvos, e até lêndeas falam. Porém não é uma revolução dos bichos, o autor brinca com a possibilidade de dar falas aos personagens que possuem características que caberiam a qualquer um.
“Todas as minhas preocupações se tornam menores sob o peso da pata pré-histórica. O meu medo é que minhas prerrogativas também se tornarão. Eu, afinal, sou um ínfimo réptil diante daquele que faz a cidade tremer”.
[“trecho do livro Mastigando Humanos”]
Acho que uma “Lula”, como presidente pela segunda vez, poderia tomar para si as palavras de um jacaré.
*That´s all folks*

2 comentários:

Marco Aurélio disse...

Ana Paula

“Consumatum est. Mais quatro anos de mentiras, roubalheiras, falta de crescimento,viagens no Aerolula, etc, etc, etc. Merecemos. Também a alternativa era péssima.” Estas foram as palavras do meu pai,quando soube da vitória de Lula. Espero que ele esteja errado!

Um abraço

Marco Aurélio

Anônimo disse...

mais quatro anos???? me parece que mentiras, roubalheiras, viagens presidenciais entre outras são bem mais antigos por aki, reza a lenda aliás que datam de 1.500...mas nosso povo não está mesmo acostumado à democracia e prefere a "política do debaixo dos panos"... fazer o quê, ainda bem que Deus é pai e não seremos governados por um picolé de chuchu!!!hehehehe