terça-feira, novembro 07, 2006

Matando porcos por um punhado de parágrafos

Bem, a promoção foi bem bacana. Obrigado a todos que participaram. Quem levou o livro foi o Fredson Novais, o rapaz foi rápido pacas! Cacete! Haha.

E preciso dizer que o Folhetim Pulp, “Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos” chegou à cátedra. É sério! Estarei no Seminário do Fórum Virtual “O que é literatura”, que acontecerá dia 14 de novembro, às 10h:30, na UFRJ, prédio da Praia Vermelha, no debate Literatura e crítica on line, junto do Miguel Conde, do Prosa&Verso. Darei mais detalhes logo, logo. Mas, puxa, pra quem mora aqui no Rio e estiver, assim, passando por perto, pode ir lá. Será um prazer ver um de vocês, e digo, putz, cheguei à cátedra matando porcos. Haha.
E por falar em matar, achei este artigo publicado na Folha de S. Paulo, terça-feira, 15 de maio de 1984. Por acaso,1984 é o ano em que o Ariel Esperanto, personagem do meu livro, nasceu. É aquilo, uns nascendo outros morrendo. Coisa à toa.

PEDRO NAVA SUICIDA-SE

"A literatura brasileira perdeu na noite de domingo um de seus mais importantes nomes, o memorialista Pedro Nava. Ele foi encontrado morto com um tiro na cabeça, na rua da Glória no Rio, perto de onde morava. Segundo a polícia, foi suicídio. Completaria 81 anos de idade em junho. Seu sepultamento será hoje, às 10 horas, no Cemitério de São Francisco Xavier (Caju), no Rio de Janeiro.Mineiro, médico, companheiro de Carlos Drummond de Andrade na vanguarda modernista, amigo dos mais importantes personagens do mundo cultural do País, até 1972 Nava só havia publicado poemas esparsos. Naquele ano, editou seu primeiro livro ("Baú de Ossos"), ao qual se seguiram mais cinco volumes. Sua sétima obra ("Cera das Almas") já estava praticamente concluída. Foi possível recompor os últimos passos de Nava. Na noite de domingo, em seu apartamento na rua da Glória, ele terminou de escrever o discurso que deveria pronunciar na Assembléia Legislativa do Rio, no dia 23, quando receberia o título de Cidadão Fluminense. Mostrou o discurso à sua mulher, da.Atonieta, e jantou normalmente. Por volta das 20 horas, o telefone tocou e da. Antonieta atendeu, uma voz de homem perguntava por Pedro Nava. Este ouviu em silêncio o que a voz lhe dizia e depois desligou. À mulher, ele informou apenas tratar-se de um trote de mau gosto. Às 22 horas, da.Antonieta foi ao banheiro. Nava então saiu, sem avisá-la (segundo a família, "fugiu"). Mas tarde, foi visto sentado à calçada, parecendo abatido em meio ao movimento de prostitutas e travestis. às 23h30, o tiro, disparado de um velho revólver calibre 32, do próprio Nava. Em entrevista concedida à "Folha" em junho do ano passado, em seu 80° aniversario, ele dissera ter pensado várias vezes no suicídio, mas que o fato de ser médico o protegera, até ali, contra o ato."
*That´s all folks*

Um comentário:

Anônimo disse...

1) Tem um artigo interessantíssimo do Zuenir Ventura sobre essa morte do Nava.
2) Você vai dar palestra onde eu estudo? Mas é claro que vou. 3a que vem, certo?