quinta-feira, junho 07, 2007

Black Long Veil

Ando fazendo sessões de eletrochoque. Sim. Pequenos choques nas costas e aquecimento com microondas. Minha coluna degringolou nos últimos dias. Além disso, estou tomando antiinflamatórios que me dão sono e um pouco de enjôos. Maravilha.
Mas não perco o rebolado, ando ouvindo Johnny Cash pra manter o nível de emoção alto.

(não gostei da rima, mas não vou apagar).

"A Guerra dos Bastardos" está começando sua carreira. É bom ver o garoto por aí, em livrarias, sendo comprado e lido. Vou dando minhas caras aqui e ali, para falar sobre literatura e sobre qualquer outra coisa que for necessário. Eu falo de um monte de coisas ao mesmo tempo. Não esperem erudição, referências a sábios eloqüentes ou coisa do tipo. Eu sou meio casca-grossa às vezes. Mas tenho educação.

Num dia desses, num debate, eu tinha certeza que uma das pessoas que estavam na platéia tinha uma pistola guardada pra mim. A pessoa conhecia bem os meus textos, admirava até, mas estava engasgada comigo.
No final, a pessoa se levanta e pára ao meu lado. Pensei "É agora. Vou tomar um soco por conta do que escrevo."

Ufa! Nada aconteceu.

Já vou avisando, se alguém quiser aparecer num desses debates, se fazer de engraçadinho, eu vou dar uma boa resposta e depois a gente conversa de modo mais acalorado do lado de fora. Odeio ofensas ridículas. Nunca ofendo ninguém nessa porra, então não encham o meu saco. Se quiserem ler o que escrevo, leiam. Se não, vão ler a Lya Luft.

E se estiverem engasgados comigo por alguma coisa, cospem no vaso e dão descarga.
Carrego pedra e cuspo pro alto. Assim como na música do Big Joe Manfra. E tenho ótima pontaria.

Essa coisa toda do projeto "Amores Expressos" que causou muito bate-boca recentemente me deixa de saco cheio. Meu irmão, deixa os caras fazerem seus trabalhos. Pra que tanta discussão? Tanto bafafá? Isso ao menos abre um precedente. Os caras agora terão de mostrar um puta material, caso não, serão massacrados provavelmente. É pressão pra cacete.

Sabe o que eu faço? Eu ouço blues, eu como chocolate, eu vou ao cinema e assisto filmes fodas. Vivo conhecendo gente nova, vivendo a minha vida e claro, chutando os pombos pelas ruas. Eles não evoluem. Continuam me atacando.
Acho dor de cotovelo uma coisa muito ruim.

Depois da coincidência de tantos encontros, acabei me tornando amiga da Carola Saavedra. Garota bacana, que de repente ganha a Companhia das Letras como casa editorial e começa a aparecer em tudo quanto é lugar. Mas aí, um punhado de gente começa a sentir dor de cotovelo. Se incomodar com o sucesso dos outros. Especular coisas bobas em mesas de bar.

Eu não fui convidada pra Flip. E por isso vou me sentir um saco de bostas? Achar que não me dão valor e coisa e tal? Quê isso, brotha! A estrada é longa pra cacete. Um "Black long veil" (título de uma música do Johnny Cash).

"Ten years ago on a cold dark night,
there was someone killed beneath the town hall lights.
There were people at the scene and they all agreed,
that the slayer who ran looked a lot like me."


*

Quem ganhou o livro no sorteio foi a Flávia Viana, de Belo Horizonte. Valeu a todos que participaram. E uma coisa: Comprem o livro, né? Ou eu jogo pedra na sua janela com um bilhetinho ameaçador.

No mais tudo em paz. Muito em breve o trailler do livro estará nos cinemas.



*That´s all folks*

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse lance da reação das pessoas é normal, já que vc faz um tipo de arte que atinge as pessoas. Tem um certo punch. Isso assusta a parcela do público acostumada a coisas mais diluídas ou sutis. Até ela superar o choque e ver suas qualidades, fica um certo estranhamento. Um show do Iggy Pop nunca vai ter a mesma reação do público que um do Fábio Jr.

Giovani Iemini disse...

poisé, tb acho que não se deve tomatar quem consegue mídia sobre sua obra só p q entraram no grupo das comadres literárias.
sei quanto é difícil alcançar visibilidade e conseguir publicar um livro.
ainda não vi o seu por ai, mas vou já procurar.
vc tá no orkut?
procure o BAR DO ESCRITOR. acho que vai gostar.
[]s

Anônimo disse...

"Um certo punch"... gostei disso Glass.

Pois é mão branca, agora quero o grupo dos compadres. Adoro os meninos. Esse negócio de só aparecer com mulher é foda.

ana paula maia.