segunda-feira, março 10, 2008

Eita sô!

Li que alguns autores confirmaram presença na Flip deste ano. Entre eles está David Linch. Eu comecei a rir quando li isto. Fiquei imaginando o Linch e seus filmes de cenários ascépticos passeando por Paraty. A cidade cheira a bosta de cavalo. Além de ser difícil para se caminhar devido aos pedregulhos, os serviços são ruins e o valor de qualquer coisa está além da imaginação.

Mas me preocupo realmente é com o cheiro de bosta de cavalo. Quando estive lá no ano passado para participar de uma
off-flip, fiquei apenas um dia na cidade. Foi o suficiente para não gostar. Algumas pessoas diziam gostar do cheiro de bosta de cavalo. Eu não gosto. E essas pessoas reclamam por aqui do cheiro do esgoto, do fedor da Lagoa Rodrigo de Freitas.... quem gosta do cheiro de bosta verde, não poderia reclamar de nenhum outro.

Aí eu pergunto: Por que alguém faz uma festa internacional de literatura, voltada mesmo para os estrangeiros, num lugar como aquele?

Ah.... outra coisa: Como, de um momento para o outro, aparecem tantas pessoas reunidas num lugar distante e apertado como aquele, para se ouvir e falar de literatura?

E a questão continua:

Enquanto caminhei sobre os pedregulhos evitando uma queda e resmungando baixinho eu não vi uma barraquinha de livros. Quer dizer que a festa é para ver e ouvir os escritores e não para encontrar livros? Como assim, não há livros? Acho que vi um pequeno espaço com livros. Mas deveria haver muitos livros espalhados. Corredores de livros, não?

Bem, como a Flip se parece com um Hollywood Rock, gostaria de saber quais as bandas abrirão os principais shows.... quer dizer, os brasileiros sempre abrem os shows para os gringos. Com exceção de algumas que trazem sua própria banda de aberturas de shows em turnês e que tira a chance de uma banda nacional de se apresentar.

Bem... temo que este exemplo comece a ser seguido também, e aí... não nos sobrará espaço nem para abrir os shows.


*That´s all folks*


7 comentários:

Léo Mariano disse...

oi Ana.

A Flip é pura balada. Mas as pessoas vêem uma grande reunião literária numa bela biblioteca ao ar-livre.
Pena, seria mais vantajoso para todos entenderem que a Flip é pura balada!!

abs

Simone disse...

Tinham que fazer aqueles caramanchões de ovos de páscoa das Lojas Americanas, só que com livros.
Existem baladas boas e baladas ruins. Quando o banheiro está emporcalhado, o ar-condicionado deficiente e a bebida cara e quente, não dá. Só quem estiver muito na seca.
Como dizia Joãozinho Trinta, escritor gosta é de luxo. Bienal tá bom pra mim.

Ana Paula Maia disse...

hehe.

Sim, concordo com vocês.

Escritor gosta de luxo. Eu adoro.

O problema é que lá não tem luxo nenhum. Aliás, até o básico deixa a desejar.

Mas é um evento muito importante.
Se um dia alguém me convidar, eu aceito, porém vou levar meu jeans mais surrado e um par de tênis. Por que é o que dá pra usar lá.

E bloqueador solar!!!

;)

Simone disse...

Exatamente! Eu também aceitaria. Temos que enfrentar nossos traumas.
Digamos que eu tivesse medo de avião e me convidassem para fazer palestra em Hay-on-Wye (é a cidade galesa que inspirou a FLIP). Claro que eu iria. (É, vai sonhando...)

Anônimo disse...

ué, Ana Paula: cenário de David LYnch asséptico??? o homem vai querer mais é cavalo, orelha no chão e pedregulho de estrada perdida...vc tá achando isso é pq ficou um dia só.. tem coisa mais legal do que isso - é só descer do salto, colocar o chinelo, pegar um barco e/ou encarar os pedregulhos da vida.

beijo!

Ana Paula Maia disse...

haha.

descer do salto eu desço, o problema é que mesmo de chinelo eu não consigo me equilibrar sobre os pedregulhos. Até arriscaria, mas agora estou usando um confortável colete na coluna. Tenho uma coluna um tanto frágil.

Quanto ao barco.... hum... eu enjôo. Preciso tomar Darmim. Este remédio me dá sono, sendo assim, eu não aproveito o passeio.

Percebe-se que tenho poucos meios de me divertir.

rs.

bjs.

Ana Paula Maia disse...

corrigindo: Dramim.