sexta-feira, agosto 17, 2007

72 horas.

Ontem a noite um amigo me ligou me chamando para ir ao Centro da cidade com ele. Pra quê? __ perguntei. Vou queimar meu passaporte__ ele disse. OK. Vou sim__ respondi.
Eu não sabia do que se tratava direito, mas sabia que deveria ir ao consulado americano. Ele bateu aqui em casa junto do Lostdealer. Fomos os três para a cidade. E no caminho ele explicou do que se tratava.
Mas você não sabia? __ perguntou.
Você não disse o que era __ respondi. __ Vim pelo almoço que você vai pagar.
(Aliás, eu queria comer um filé... carne de vaca, boi. Ao ponto. Ele disse que boi não. Comemos frango assado à francesa)
Enfim...
Chegamos ao consulado, ou melhor, chegamos à fila do consulado, mas não demorou para entrarmos.
Eu quero renunciar minha cidadania americana__ ele disse.
Mas por quê? __ perguntei.
Sei lá__ele disse.
Até agora eu não sei por que raios ele quer renunciar sua cidadania americana. Quando nasceu, seus pais brasileiros estavam nos Estados Unidos e logo depois voltou para o Brasil. Ele nasceu lá por conta do destino, mas é brasileiro. Carioca.
O Lostdealer, que é um sujeito assentado e tem sua cidadania européia disse que era loucura. Eu concordei.
Olhei bem para ele. Olhei bem para aquela barba e aquela cara de judeu.
___ Pensa bem: Você é brasileiro. Brasileiros não são bem vistos por aquelas bandas. Segundo: Você com essa barba de muçulmano e cara de intelectual de esquerda, será barrado até no McDonald da esquina. Acho que essa idéia não é muito boa.
Lostdealer, completou:
__ Sem contar que você vai gastar 100 dólares sempre que precisar viajar para o exterior. Isto só pra pedir o visto. E isto não garante que vá conseguir. E tem mais... vai constar em todo lugar do mundo que você perdeu a cidadania americana. Os caras vão te perguntar: Por que você perdeu? E você responde " eu renunciei porque quis".
hahahahahaha.
Sem dúvida ninguém vai acreditar.
Eu completo dizendo: Ainda mais com a essa cara de muçulmano.
O Cônsul olha seu pedido e pergunta o por quê.
Ele diz apenas que não quer ter duas cidadanias e lhe dá 72 horas para pensar. Ele diz que já decidiu, mas não tem escolha.
Vamos almoçar, e agora ele tem 72 horas para decidir o que já havia decidido.
Eu disse pra ele que renunciar sua cidadania americana é pior do que trocar de sexo. É irreversível. O Cônsul disse que a partir do momento da renúncia ele será avaliada como qualquer outro, podendo não conseguir visto para viajar.
Você pergunta para ele e ele não responde coisa com coisa.
Mas eu serei testemunha se precisar. Sem problemas __ eu disse. Até porque tô pouco me fudendo pra isso. Essa sua atitude não vai alterar a minha vida em nada. Sendo assim, eu testemunho sua renúncia.
Ele me abraçou e disse que foi a melhor coisa que disseram para ele acerca desse assunto. Eu disse __ não foi nada, mas no próximo almoço quero comer um filé de boi, vaca... ao ponto.
Ele concordou. Quer dizer... vendi meu testemunho à renúncia de um sujeito que não come porco nem boi por um filé ao ponto.
Foi nisto que fiquei pensando no caminho de volta.
....
O desfecho desta história ainda não chegou... as 72 horas precisam ser cumpridas. Aí, vou descobrir o que aconteceu.
No site do http://portalliteral.terra.com.br/ tem uma promoção do meu livro A Guerra dos Bastardos. Para concorrer é muito simples. Veja lá!
*That´s all folks*

Um comentário:

Carol Medrado disse...

Não anuncia assim não que eu tô querendo ganhar...